INTRODUÇÃO
As transformações tecnológicas
engendradas a partir do início da Terceira Revolução Industrial impactaram profundamente
a economia, a vida social, a cultura e
até as práticas políticas das
populações do planeta.
Na economia, verdadeiras revoluções disruptivas “assombram” a
humanidade desde a união entre os computadores e as telecomunicações, alterando
os paradigmas da indústria, do comércio e dos serviços. A robotização, com uso
da inteligência artificial, promove transformações radicais no mundo da
produção material.
Na vida social, a instantaneidade das comunicações promove, por um
lado, o “alargamento” das relações sociais humanas e, por outro lado, acelera o
processo narcísico do crescente individualismo.
Na cultura, para além do próprio narcisismo “em alta”, como traço
psicanalítico, todos os indivíduos passaram a ter voz pública, por meio das
mídias sociais. Tal fenômeno é rigorosamente inédito na história da humanidade.
Em 2020, ‘todos’ podem emitir suas opiniões sobre qualquer tema, mesmo que nada
conheça sobre ele (ECO, 2015).
Nas práticas políticas, os cidadãos passaram a ser organizar por meio
de mídias sociais digitais variadas, tais como Facebook, Whatsapp, entre outros. Para além de disputas ideológicas
entre grupos, o Estado se vê cada vez mais “acuado” diante da enfurecida “plebe”
pagadora de impostos. A partir da invenção das mídias sociais, lideranças
políticas populistas passaram a governar buscando a comunicação direta com as
“massas”.
Não se trata de fenômeno novo!
Transformações tecnológicas sempre fizeram parte da história da humanidade e elas
sempre resultaram em mudanças nas várias esferas da vida em grupo.
O ser humano, em suas várias
“versões” de hominídeos, habitam a Terra a 2,5 milhões de anos. A maior parte
desse tempo, os hominídeos viveram no período que se convencionou denominar de
Paleolítico, período no qual sequer as técnicas agrícolas tinham sido
inventadas.
No final desse período, por volta
de 100 mil anos atrás, os homens passaram a dominar e controlar o fogo com
eficiência. Essa, talvez tenha sido a primeira grande transformação tecnológica
criada pela espécie humana. Com o controle completo do fogo, os seres humanos
passaram a usá-lo para afastar animais perigosos, caçar esses mesmos animais,
proteger-se do frio, aquecer os alimentos, entre outras utilidades do
cotidiano. O controle e o domínio do fogo trouxe mais poder político e bélico
para os grupos que o dominaram.
Inúmeras outras transformações
tecnológicas poderiam ser citadas e explicadas, mas fugiria ao escopo da
presente atividade. Uma também notável invenção humana, que transformou a forma
de viver da espécie humana foi a agricultura, promovendo o sedentarismo, criando
as condições para a prática da domesticação dos animais, a criação dos
primeiros vilarejos, a invenção do comércio, o nascimento do próprio Estado e
das religiões. (BRAIDWOOD, 1982)
De qual forma tais transformações
tecnológicas alteraram a prática da educação na história da humanidade?
Na Pré-História, crianças e
jovens eram educados com objetivos práticos em função da luta pela
sobrevivência. Educação dizia respeito à transmitir a experiência para as
gerações seguintes. Na Antiguidade, oriental e ocidental (Egito Antigo, Grécia
e Roma, por exemplos), a invenção da escrita propiciou uma nova forma de
controle, do Estado, sobre as pessoas e sobre a produção, criando a necessidade
de que aprendizes dominassem a escrita como técnica (escribas). A Educação
tinha finalidades práticas. (LOMBARDO, 2017)
Mas foi somente a partir do final
do século XVIII, na Europa ocidental, que a Educação de crianças e jovens passou
a ser realizada em escolas. Outras experiências existiram antes disso, tais
como a Educação religiosa na Europa e nos Estados Unidos da América. Mas foi
somente a partir da Revolução Industrial que a massa de crianças e jovens
passou a ser objeto da disciplinarização dos comportamentos a partir do
paradigma fabril e do cientificismo que hegemonizou a cultura a partir de
então.
Assim, nascia um ‘formato’ de
escola que persiste em seu modelo arquitetônico e pedagógico até o século XXI,
baseado em formas de coerção psicológica, ensino de conteúdos científicos e com
seus pressupostos de disciplina. Dessa forma, a Educação tornou-se,
gradativamente mais formal e voltada para as necessidades das
contemporaneidades dominadas pela indústria fordista, pela ciência, pelo
protestantismo luterano e calvinista. (GRAY, 2015)
Porém, aparentemente, as
necessidades humanas mudaram. Como escrevemos no início desse introito, as
transformações tecnológicas trouxeram novos desafios para o mundo do trabalho e
da educação. Dentro desse contexto é que se inserem as discussões sobre o uso
de novas tecnologias na educação, bem como a definição de novos objetivos dos
processos educacionais.
DESENVOLVIMENTO
As transformações tecnológicas no
mundo da produção trouxeram uma nova realidade para os habitantes do planeta: caminhamos
para o que Hargreaves (2004) denomina “sociedade da aprendizagem”. Tal direção
está condicionada aos efeitos da revolução tecnológica potencializada pela
robotização, pela inteligência artificial e pela biotecnologia.
Assim, o autor produz a crítica
da organização escolar tradicional, com suas carteiras rigorosamente
enfileiradas, currículos padronizados e aulas canônicas, pois essa forma de
organização pode não favorecer o desenvolvimento de habilidades que a sociedade
contemporânea requer, quais sejam, práticas que promovam o trabalho coletivo,
incentivo à resolução de problemas e a disposição para a aprendizagem permanente.
Moran (2007) destaca a
necessidade de alteração do enfoque conteudista para o do incentivo à
construção do conhecimento e da interação. A proposta central é que o professor
seja um mediador entre o conhecimento e a efetiva aprendizagem dos alunos, por
meio do incentivo à participação no desvendamento dos processos de descoberta,
investigação e resolução de problemas.
Parametrizando conceitos, Moran salienta a necessidade
de diferenciar os conceitos de educação e ensino.
“Ensino e educação são conceitos
diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar
os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história,
matemática). Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida,
conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é
ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho
intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para
modificar a sociedade que temos.” (MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. 2000,
p. 12).
Segundo o autor, há mais preocupação com ensino de qualidade
do que com a educação de qualidade. Educação de qualidade seria um processo
mais amplo que envolveria a transformação da vida em processos permanentes de
aprendizagem e garantir autonomia intelectual para que os jovens construíssem
seus projetos de vida nos âmbitos de suas habilidades de compreensão, emoção e
comunicação, tornando-os cidadãos (p. 13).
Ainda segundo Moran, ensino de
qualidade compreende inovação, dinamismo, tecnologias acessíveis, professores
capacitados e com alunos motivados. Dessa forma, as Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação (TDICs) podem e devem ser utilizadas como ferramentas
integradas às práticas de ensino e aprendizagem.
O que seria, então, o pensamento? “Pensar é aprender a raciocinar, a organizar logicamente o discurso”; informações são processadas, de forma mais comum, pelo processamento lógico-sequencial que se expressa na linguagem falada e escrita. Mas existem várias outras formas de aprender a raciocinar e o autor as descreve com brevidade. Atualmente, processamos informações de forma multimídia,
“juntando pedaços de textos de várias linguagens
superpostas simultaneamente, que compõem um mosaico impressionista, na mesma
tela, e que se conectam com outras telas multimídia. A leitura é cada vez menos
sequencial. As conexões são tantas que o mais importante é a visão ou leitura
em flash, no conjunto, uma leitura rápida, que cria significações provisórias,
dando uma interpretação rápida para o todo, e que vai se completando com as
próximas telas, através do fio condutor da narrativa subjetiva: dos interesses
de cada um, das suas formas de perceber, sentir e relacionar-se.” (MORAN, J.
M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. 2000, pp. 23-24)
Dessa forma, surge a necessidade,
em função dessas novas tecnologias que impactam nas formas de aprender, de
incorporar as novas tecnologias ao processo instrucional e educativo.
O professor e a aprendizagem
Mas afinal, como se aprende? Para
Moran:
“Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos,
sentimos. Aprendemos quando descobrimos novas dimensões de significação que
antes se nos escapavam. Aprendemos quando equilibramos e integramos o
sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social. Aprendemos
pelo pensamento divergente, por meio da tensão, da busca, e pela convergência -
pela organização, pela integração. Aprendemos pela concentração em temas ou
objetivos definidos ou pela atenção difusa, quando estamos de antenas ligadas,
atentos ao que acontece ao nosso lado. Aprendemos quando perguntamos,
questionamos. Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo e depois,
quando interiorizamos, quando nos voltamos para dentro, fazendo nossa própria
síntese, nosso reencontro do mundo exterior com a nossa reelaboração pessoal.
Aprendemos pelo interesse, pela necessidade. Aprendemos pela criação de hábitos,
pela automatização de processos, pela repetição. Aprendemos pela credibilidade
que alguém nos merece. Aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assunto,
de uma mídia, de uma pessoa. Aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos
os fatores: temos interesse, motivação clara. Aprendemos realmente quando
conseguimos transformar nossa vida em um processo permanente, paciente,
confiante e afetuoso de aprendizagem.” (MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS,
M. 2000, pp. 23-24).
O autor busca circunscrever todas
as formas de aprender, atentando para fatores causais que se estendem desde as
necessidades práticas da vida até os de empatia com aquele que ensina,
finalizando com a busca do processo permanente de aprendizagem ao longo de toda
a vida.
Nesse caminho de repensar a
educação, a didática, o ensino e a aprendizagem, uma outra questão se projeta
de forma extremamente pertinente: o papel do professor no processo de
aprendizagem.
Dentre as características do
professor, uma deve ser destacada: “o professor é um pesquisador em serviço.” O
professor deve aprender no processo de ensino. Entre os papeis fundamentais do
professor, destacam-se o de ser orientador/mediador intelectual,
orientador/mediador emocional, orientador/mediador gerencial e comunicacional e
orientador ético. (MORAN, J.
M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. 2000, pp. 30-31).
As novas tecnologias, oriundas da
revolução tecnológica desse início do século XXI, insere o desafio para que
profissionais da educação direcionem seus radares para uma educação que seja
mediada também pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
Observo que há uma tendência de
generalização dos discursos sobre o uso das novas tecnologias na educação. Várias
nuances devem ser inseridas nesse
debate. Destaco duas.
Em primeiro lugar, não verifico
uma avaliação rigorosa, lastreada em pesquisas científicas, entre performance de aprendizagem e uso de
novas tecnologias educacionais. Claro e evidente que os novos rumos
tecnológicos “experienciados” no planeta demandam uma aproximação necessária
entre educação, ensino, aprendizagem e todas as novas Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação (TDICs). Não estarei eu aqui negligenciando tal
necessidade. Porém, é preciso medir! Faz-se necessário que existam pesquisas científicas
que comprovem a eficácia e, eventualmente, resultados de performance superiores
das metodologias ativas com uso das TDICs.
Em segundo lugar, é essencial que
os pesquisadores acadêmicos passem a segmentar suas pesquisas em função do nível educacional e das faixas etárias às quais se referem. Quais são os
estímulos a serem proporcionados às crianças na faixa etária entre 3 e 5 anos
com auxílio das TDICs? Não sei. Talvez nenhum. No Ensino Médio, a despeito de
já haver promissoras experiências no processo de ensino aprendizagem de
matemática com auxílio das TDICs, há que se perguntar quais são suas aplicações
na literatura ou nas artes.
Estamos no início do processo de
incorporação das TDICs na educação, no ensino e na aprendizagem. Precisamos
refinar e lapidar esse debate.
Novas tecnologias, educação, ensino e desenvolvimento de habilidades
A primeira aproximação sobre o
tema do uso das TDICs na educação deve considerar a necessidade de
desenvolvimento, nos alunos, de competências e habilidades.
“Perrenoud (2009) afirma que a competência pode ser traduzida na
capacidade de agir eficazmente perante um determinado tipo de situação, apoiada
em conhecimentos, mas não limitada a eles. Esse conceito é mais amplo do que o
de habilidade, caracterizado como capacidade que uma pessoa adquire para
desempenhar determinado papel ou função. A competência pode ser definida como
junção e coordenação das habilidades com conhecimentos e atitudes.” (Netto,
2017)
Ou seja, o uso das TDICs devem
levar em consideração esses objetivos: desenvolvimento, nos alunos, de
competências e habilidades. Tais competências e habilidades podem ser mapeadas
a partir de três grandes categorias, como a seguir.
Fonte: https://blog.elos.vc/competencias-e-habilidades-do-seculo-21/
O domínio
cognitivo refere-se ao pensamento racional, estendendo-se à linguagem, escrita,
analise, entre tantos outros, o domínio intrapessoal refere-se à gestão das
emoções e o domínio interpessoal remete às formas de relacionamento social,
como fica evidente na imagem anterior.
Todo o trabalho
para o desenvolvimento dessas competências e habilidades é humano. As TDICs podem
(e devem) auxiliar nessa tarefa. É o trabalho humano (docente) que pode
oferecer relevância ao uso das TIDCs no sentido de criar, nos alunos, a
aprendizagem significativa.
Aprendizagem
significativa é um conceito desenvolvido pelo pensador David Ausubel. O
conceito de aprendizagem significativa remete a um
“processo
pelo qual uma nova informação se relaciona com a estrutura de conhecimento de
um indivíduo. Conforme apresenta Moreira (1999), a aprendizagem significativa
ocorre quando uma nova informação se ancora em conceitos relevantes
(subsunçores) preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz. Ausubel define
estruturas cognitivas como estruturas hierárquicas de conceitos que são
representações de experiências sensoriais do indivíduo. A ocorrência da
aprendizagem significativa implica o crescimento e a modificação do conceito
subsunçor.” (Netto, 2017)
Dessa forma, a organização de mapas conceituais pode ser uma estratégia de muito sucesso na facilitação da aprendizagem significativa. O mapa conceitual organiza o pensamento e possibilita hierarquizar conceitos centrais, periféricos e processos. As TIDCs podem ser usadas nesse processo, pois há várias ferramentas online que permitem a construção dos mapas conceituais. Por exemplo, temos GoConqr, que pode ser acessado no link https://www.goconqr.com. Abaixo, um exemplo de um mapa conceitual feito nessa plataforma.
Dessa forma, sim: as TDICs podem e devem ser utilizadas para aperfeiçoar e, eventualmente, revolucionar a educação, o ensino e a aprendizagem.
Conclusão
Como conclusão,
podemos afirmar que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs)
são importantes, considerando sua contemporaneidade. Os seres humanos, ao longo
da sua história, construíram as mais variadas ferramentas, do arco e flecha ao
computador; são ferramentas, apenas!
Tais ferramentas
contemporâneas não são revolucionárias per
si. Elas são revolucionárias quando utilizadas com competência didática e
pedagógica para alcançar objetivos traçados em função das necessidades humanas.
Como
apresentado, Ausubel propõe que educação e ensino objetivem a aprendizagem significativa. Se as ferramentas
tecnológicas auxiliam nesse processo de ensino, devemos utilizá-las. Mas
lembremos: o arco e a flecha não tinham (como não tem até hoje) uma existência
desconectada de sua função ontológica.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BRAIDWOOD,
Robert, 1982. Homens Pré-históricos.
Brasília: Editora da UNB.
CLASTRES,
Pierre, 1982. A Sociedade Contra o
Estado. Rio de Janeiro: Ed. Francisco Alves.
ECO, HUMBERTO,
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Acesso em 26/02/2020.
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Acesso em 29/12/2019.
GRAY, P, 2015. Uma breve história da educação e da escola.
Disponível em https://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/12/22/uma-breve-historia-da-educacao-e-da-escola/.
Acesso em 27/02/2020.
HARGREAVES, Andy (2004). Ensino na Sociedade do Conhecimento.
Porto: Porto Editora.
LÉVY, P. Os benefícios das
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LOMBARDO, L. (2017). Como
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Acesso em 26/02/2020.
MORAN, J. 2000. Mudar a forma de
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MORAN, J. 2015. Mudando a
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Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II]
Carlos Alberto de Souza e Ofelia Elisa Torres Morales (orgs.) .
MORAN, J. M.; MASETTO,
M. T.; BEHRENS, M. 2010. Novas
tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus.
MOREIRA, M. A., 1999. Aprendizagem
significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
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